FMI reduz projeções para o PIB do Brasil para 2% em 2025 e 2026

  • 22/04/2025
(Foto: Reprodução)
Com pressão das tarifas de Donald Trump, crescimento da economia global também foi revisada para baixo, para 2,8% e 3%, respectivamente. Logotipo do FMI é visto do lado de fora do prédio da sede em Washington Yuri Gripas/Reuters O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as projeções de crescimento do Brasil para 2% em 2025 e também em 2026, de acordo com novas estimativas divulgadas no relatório Perspectiva Econômica Global nesta terça-feira (22). O corte foi de 0,2 ponto percentual para ambos os anos em comparação com estimativas divulgadas em janeiro. Os números são mais pessimistas do que os do governo: O Ministério da Fazenda projetou em março que o Brasil crescerá 2,3% neste ano e 2,5% em 2026. O Banco Central passou a ver que o PIB crescerá 1,9% este ano. Analistas avaliam que uma produção agrícola forte dará sustentação à economia neste início de ano, mas que ela passará a mostrar desaceleração gradual em meio a uma inflação ainda elevada e uma política de juros que afeta o crédito. Em relação à inflação, o FMI calcula que o aumento dos preços no Brasil ficará em uma taxa média anual de 5,3% este ano e de 4,3% no próximo. A meta oficial de inflação é de 3% em 12 meses com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O FMI citou em seu relatório as medidas tarifárias do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as contramedidas de diversos países como um "importante choque negativo ao crescimento". O Brasil recebeu a tarifa padrão norte-americana de 10%. O Fundo explicou que, "dada a complexidade e fluidez do atual momento, esse relatório apresenta uma 'projeção de referência' com base em informações disponíveis até 4 de abril de 2025 (incluindo as tarifas de 2 de abril e respostas iniciais)". Para a América Latina e Caribe, o FMI reduziu também em 0,5 ponto percentual a projeção para a região em relação a janeiro, para 2%. Para 2026, o Fundo reduziu a estimativa de crescimento em 0,3 ponto, a 2,4%. Segundo o FMI, as revisões para a região se devem principalmente a uma redução significativa na projeção para o crescimento do México, duramente impactado pelo tarifaço de Donald Trump. (saiba mais abaixo) Isso reflete "uma atividade mais fraca do que o esperado no final de 2024 e início de 2025, bem como o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos, a incerteza associada e as tensões geopolíticas, e um aperto das condições de financiamento", explicou o fundo. As perspectivas para as Economias de Mercados Emergentes e em Desenvolvimento, das quais o Brasil faz parte, também foram reduzidas, em 0,5 ponto percentual para 2025 e em 0,4% para 2026. As contas agora são respectivamente de expansão de 3,7% e 3,9% para o grupo. Isso se deveu a cortes significativos para os países mais afetados pelas recentes medidas comerciais, como a China, cuja projeção agora é de expansão de 4% neste e no próximo ano, com cortes de 0,6 e 0,5 ponto percentual, respectivamente. (veja também abaixo) Trump chama presidente do BC americano de 'atrasado e errado' Tarifaço de Trump O FMI também diminuiu as previsões de crescimento para EUA, China e a maioria dos países citando o impacto das tarifas norte-americanas, alertando que novas tensões comerciais desacelerarão ainda mais o crescimento. Para o crescimento global em 2025, houve corte de 0,5 ponto percentual, para 2,8%. Para 2026, a redução foi de 0,3 ponto percentual, a 3%. O relatório diz ainda que a inflação deve cair mais lentamente do que o esperado, devido ao impacto das tarifas, com revisões "notáveis" para cima para os EUA e outras economias avançadas. As projeções são de 4,3% em 2025 e de 3,6% em 2026. "Estamos entrando em uma nova era, à medida que o sistema econômico global que operou pelos últimos 80 anos está sendo redefinido", disse o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, a repórteres. O FMI disse que a rápida escalada das tensões comerciais e os "níveis extremamente altos" de incerteza sobre políticas futuras terão um impacto significativo na atividade econômica global. "É bastante significativo e está afetando todas as regiões do mundo. Estamos vendo menor crescimento nos EUA, menor crescimento na zona do euro, menor crescimento na China e menor crescimento em outras partes do mundo", disse Gourinchas à Reuters em entrevista. "Se houver uma escalada nas tensões comerciais entre os EUA e outros países, isso alimentará mais incerteza, criará mais volatilidade no mercado financeiro e apertará as condições financeiras", disse ele, acrescentando que o efeito conjunto reduzirá ainda mais as perspectivas de crescimento global. Perspectivas de crescimento mais fracas já haviam reduzido a demanda por dólar, mas o ajuste nos mercados de câmbio e o reequilíbrio de carteiras vistos até o momento foram ordenados, disse ele. "Não estamos preocupados, neste momento, com a resiliência do sistema monetário internacional. Seria necessário algo muito maior do que isso", disse Gourinchas. No entanto, as perspectivas de crescimento a médio prazo permaneceram fracas, com a previsão de cinco anos calculada em 3,2%, abaixo da média histórica de 3,7% de 2000 a 2019, sem alívio à vista a menos que haja reformas estruturais significativas. EUA com PIB mais lento e inflação mais alta O FMI reduziu sua previsão para o crescimento dos EUA em 0,9 ponto percentual, para 1,8% em 2025 — um ponto percentual abaixo do crescimento de 2,8% em 2024. O corte foi de 0,4 ponto percentual para 2026, a 1,7%, citando incerteza política e tensões comerciais. Gourinchas disse que o FMI não está prevendo uma recessão nos EUA, mas que as chances de retração aumentaram de cerca de 25% para 37%. Ele disse que o FMI agora projeta que a inflação geral dos EUA atingirá 3% em 2025, um ponto percentual acima da previsão de janeiro, devido às tarifas e à força subjacente dos serviços. Isso significa que o Federal Reserve terá que ser muito vigilante para manter as expectativas de inflação ancoradas, disse Gourinchas. Questionado sobre o impacto de quaisquer medidas da Casa Branca para remover o chair do Fed, Jerome Powell, Gourinchas disse que é "absolutamente crítico" que os bancos centrais consigam permanecer independentes para manter sua credibilidade no combate à inflação. Os vizinhos dos EUA Canadá e México, ambos alvos de uma série de tarifas de Trump, também tiveram suas previsões de crescimento reduzidas. O FMI previu que a economia canadense crescerá 1,4% em 2025 e 1,6% em 2026, em vez de 2% projetado para ambos os anos em janeiro. O Fundo previu que o México será duramente atingido pelas tarifas, com retração de 0,3% em 2025, uma queda acentuada de 1,7 ponto percentual em relação à previsão de janeiro, antes de se recuperar para um crescimento de 1,4% em 2026. A previsão de crescimento da China foi reduzida para 4% para 2025 e 2026, refletindo revisões para baixo de 0,6 ponto percentual e 0,5 ponto percentual, respectivamente, em relação à previsão de janeiro. Gourinchas disse que o impacto das tarifas sobre a China — altamente dependente das exportações — foi de cerca de 1,3 ponto percentual em 2025, mas isso foi compensado por medidas fiscais mais fortes.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/04/22/fmi-reduz-projecoes-para-o-pib-do-brasil-para-2percent-em-2025-e-2026.ghtml


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